segunda-feira, 22 de abril de 2013
Epicuro de Samos, que fundou sua Escola em Atenas em 307/306 a.C., retomou de Leucipo e Demôcrito a teoria atomista, de Sócrates o conceito de filosofia como arte de viver, e dos Cirenaicos a estreita relação entre felicidade e prazer, mas entendendo esta relação de maneira inteiramente diversa.
Epicuro dividiu sua filosofia (finalizando as primeiras duas partes com a terceira), conforme a tripartição de Xenócrates, em: 1) lógica (chamada "cânon"); 2) física; 3) ética.
A primeira das grandes Escolas helenisticas, em ordem cronológica, foi a de Epicuro, que surgiu em Atenas por volta do fim do séc. IV a.C. (provavelmente em 307/306 a.C.). Epicuro nascera em Samos em 341 a.C. e havia ensinado em Colofon, Mitilene e Lâmpsaco. A transferência da Escola para Atenas constituiu verdadeiro e preciso ato de desafio de Epicuro em relação à Academia e ao Perípato, o início de uma revolução espiritual.
Epicuro compreendera que tinha algo de novo a dizer, algo que em si mesmo tinha futuro, ao passo que as Escolas de Platão e Aristóteles, agora, possuíam apenas quase que só o passado: um passado que, embora próximo cronologicamente, tornara-se de repente espiritualmente remoto em relação aos novos eventos. De resto, os próprios sucessores de Platão e Aristóteles, como já vimos, estavam deturpando, no interior de suas Escolas, a mensagem dos fundadores.
O próprio lugar escolhido por Epicuro para sua Escola é a expressão da novidade revolucionária do seu pensamento: não uma palestra, símbolo da Grécia clássica, mas um prédio com jardim (que era mais um horto), nos subúrbios de Atenas. O Jardim estava longe do tumulto da vida publica citadina e próximo do silencio do campo, aquele silêncio e aquele campo que não diziam nada para as filosofias clássicas, mas que se revestiam de grande importância para a nova sensibilidade helenística. Por isso, o nome "Jardim" (que, em grego, se diz Kêpos) passou a indicar a Escola, e as expressões "Os do Jardim" e "filósofos do Jardim" tornaram-se sinônimos dos seguidores de Epicuro, os Epicuristas. Da riquíssima produção de Epicuro chegaram a nos integralmente as Cartas endereçadas a Herôdoto, a Pítocles, a Meneceu (que são tratados resumidos),duas coleções de máximas e vários fragmentos.
Fonte: REALE, Giovanni. História da Filosofia: antiguidade e Idade Média. São Paulo: Ediçoes Loyola, 2000.
sábado, 13 de abril de 2013
Epicurismo: o prazer
O Epicurismo é uma corrente filosófica fundada por Epicuro ( 341 - 271 a.C ), que defendia que o prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz. No entanto, Epicuro distinguia dois grandes grupos de prazeres. O primeiro reúne os prazeres mais duradouros, que encantam o espírito, como a boa conversação, a contemplação das artes, a audição da música. etc. O segundo inclui os prazeres mais imediatos, muitos dos quais são movidos pela explosão das paixões e que, ao final, podem resultar em dor e sofrimento.De acordo com o filósofo, para que possamos desfrutar os grandes prazeres do intelecto, precisamos aprender a dominar os prazeres exagerados da paixão, como os medos, os apegos, a cobiça, a inveja. Por isso, os epicuristas buscavam a ataraxia, isto é, o estado de ausência da dor, quietude, serenidade e impertubalidade da alma. Muitas vezes o epicurismo é confundido com um tipo de hedonismo marcado pela procura desenfreada dos prazeres mundanos. No entanto, o que Epicuro defendia era uma administração racional e equilibrada do prazer, evitando ceder aos desejos insaciáveis que, inevitavelmente, terminam em sofrimento
Fonte: Cotrim, Gilberto. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010.
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